Oficina de escuta com crianças é realizada para apoiar a construção do Plano Estadual pela Primeira Infância
Atividade faz parte da programação da Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, que ocorre até quinta (11)
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Com o objetivo de garantir a participação das crianças na construção do Plano Estadual pela Primeira Infância, foi realizada, nesta terça-feira (10/5), uma oficina de escuta com crianças de 4 a 8 anos. A atividade faz parte da programação da Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, que ocorre até quinta-feira (11/5), na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre.
O Plano Estadual pela Primeira Infância vai nortear novas políticas públicas para a proteção e o desenvolvimento das crianças nessa fase, que compreende desde a gestação até os 6 anos, período determinante para a formação do indivíduo.
O desenvolvimento da metodologia para a oficina de escuta contou com o apoio da consultoria Zelo, entidade que faz parte do Comitê Estadual Intersetorial pela Primeira Infância (Ceipi), realizador da conferência. A oficina foi dividida em dois grupos de crianças: de 4 a 6 anos e de 6 a 8 anos. Participaram crianças dos municípios de Canoas, São Sebastião do Caí e Morrinhos do Sul.
Em parceria com o Ceipi, a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) coordena a realização da conferência. O titular da pasta, Mateus Wesp, destacou a importância das oficinas de escuta atenta às necessidades dos adolescentes. "Eles têm a vivência diária nas escolas e dentro dos lares e são fundamentais para elencarmos prioridades”, disse. “Garantir os direitos humanos das nossas crianças e adolescentes é um compromisso de todos”, reforçou o secretário.
A partir de um ambiente lúdico e de narrativas com personagens, a psicóloga e especialista em Educação e Desenvolvimento Infantil, Gabriela Martins, trabalhou a aproximação com as crianças para captar as suas necessidades. Em uma sala com brinquedos e livros, as crianças puderam se expressar de forma livre e espontânea.
“Para desenvolver a atividade, precisamos acolher as crianças em um ambiente que dialogue com os interesses dela. Os adultos precisam estar dispostos a se conectar com as crianças para que se construa um vínculo”, explicou Gabriela. “As crianças demandam um olhar de confiança para que toda fala, todo gesto e até mesmo o silêncio sejam considerados formas de comunicação verdadeira e que têm algo a dizer.”

A oficina se desenvolveu a partir de um momento de brincadeira, de uma narrativa com personagens e de um espaço para a expressão por meio de desenhos. Apesar de o plano estadual ser direcionado para a construção de políticas públicas para crianças de até 6 anos, faixa etária que compreende a chamada Primeira Infância, a oficina também contou com crianças de 7 e 8 anos. Elas foram incluídas para que pudessem apresentar mais elementos sobre o período que acabaram de vivenciar, com uma perspectiva de outro nível de desenvolvimento.
“Dentro da elaboração do plano estadual, um dos momentos mais importantes é o diagnóstico da realidade. Para isso, usamos diversas estratégias e análises de dados”, contou a psicóloga. “A contribuição das crianças entra nessa etapa do diagnóstico, seja para reforçar o que os dados já mostram, seja para trazer coisas novas. Elas sempre são capazes de trazer pontos que os adultos não enxergam. Aqui, saímos da perspectiva do adulto para capturar elementos que estão fora desse olhar”, afirmou Gabriela.